Funil de vendas: exemplos e modelos aplicáveis para micro e pequenas empresas

Marcos Favero • 14 de outubro de 2025

Quando pensamos em crescimento de negócios, muitos gestores de micro e pequenas empresas acreditam que precisam de estruturas complexas para vender mais. Mas a verdade é que um funil de vendas simples e bem aplicado já pode gerar resultados expressivos.


Neste artigo, você vai entender o conceito de funil de vendas aplicado a negócios locais e digitais, conhecer três modelos adaptados para MPEs (venda recorrente, venda por projeto e venda consultiva), aprender quais métricas acompanhar, exemplos de mensagens para cada etapa e como implementar automação leve com ferramentas acessíveis.


Ao final, mostramos como testar e otimizar seu funil em ciclos curtos para acelerar resultados.


O que é o funil de vendas aplicado a negócios locais e digitais

O funil de vendas é uma representação das etapas que um cliente percorre desde o primeiro contato com sua empresa até a compra — e, idealmente, a recompra. Ele organiza o processo comercial em fases, facilitando a gestão e permitindo prever resultados.


De forma simples, o funil pode ser dividido em três níveis:


  • Topo (atração): quando a pessoa descobre seu negócio;
  • Meio (consideração): quando ela avalia se seu produto ou serviço é uma solução para o que precisa;
  • Fundo (decisão): quando está pronta para comprar.


A diferença para micro e pequenas empresas é que o funil precisa ser enxuto, replicável e prático, sem exigir altos investimentos em softwares ou equipes robustas.


Enquanto grandes empresas utilizam CRMs avançados e fluxos automatizados, um pequeno negócio pode começar com planilhas, redes sociais e ferramentas gratuitas.


O segredo está em mapear bem as etapas, usar os canais corretos e acompanhar indicadores-chave.


Modelo 1: Funil de Vendas para Pequenos Comércios e Lojas (ideal para varejo local)

Este modelo é perfeito para negócios como lojas de roupas, acessórios, cosméticos, artesanato, decoração e outros comércios locais que buscam atrair clientes para a loja física ou para canais de venda direta, como o WhatsApp e redes sociais. O foco é transformar a visibilidade local em vendas concretas e fidelização.


As etapas deste funil combinam estratégias online e offline para acompanhar a jornada do cliente desde a descoberta da loja até a compra e o relacionamento pós-venda.


  1. Atração (Topo do Funil): O objetivo é fazer com que as pessoas descubram que sua loja existe. Nesta fase, a divulgação foca em canais que atingem o público local.
  • Estratégias:
  • Presença local: Vitrines atrativas, sinalização clara e participação em feiras e eventos de bairro.
  • Marketing digital geolocalizado: Uso de posts patrocinados no Instagram e Facebook com segmentação para a sua cidade ou bairro, e um perfil bem estruturado no Google Meu Negócio.
  • Conteúdo relevante: Publicações nas redes sociais mostrando novidades, os bastidores da loja e dicas de como usar os produtos.


2. Interesse e Consideração (Meio do Funil): Uma vez que o cliente conhece sua loja, o próximo passo é despertar o interesse pelos seus produtos e fazer com que ele considere a compra.

  • Estratégias:
  • Interação nas redes sociais: Responder comentários, abrir caixas de perguntas e criar enquetes para engajar o público.
  • Catálogo online: Disponibilizar um catálogo de produtos no WhatsApp Business ou em um site simples para que os clientes possam navegar e tirar dúvidas.
  • Atendimento personalizado: Oferecer um atendimento consultivo por mensagem direta ou no balcão, ajudando o cliente a escolher o melhor produto para sua necessidade.


3. Conversão (Fundo do Funil): Esta é a fase da decisão de compra, onde o cliente está pronto para comprar. O objetivo é facilitar ao máximo o processo de pagamento e entrega.

  • Estratégias:
  • Processo de compra simplificado: Seja na loja física com um atendimento ágil no caixa ou online com links de pagamento e opções de entrega (delivery local, retirada na loja).
  • Ofertas de fechamento: Oferecer um pequeno desconto na primeira compra ou um brinde para incentivar a decisão.
  • Remarketing: Criar anúncios direcionados para pessoas que já interagiram com seu perfil ou visitaram seu site.


4. Fidelização e Advocacia (Pós-Venda): A jornada não termina na compra. O objetivo aqui é transformar o comprador em um cliente fiel que, além de comprar novamente, recomenda sua loja para outras pessoas.

  • Estratégias:
  • Cadastro de clientes: Coletar o contato do cliente (com consentimento) para enviar novidades e ofertas exclusivas.
  • Programa de fidelidade: Criar um sistema simples, como um cartão de carimbos a cada compra que gera um desconto futuro.
  • Incentivo à recomendação: Pedir para que clientes satisfeitos postem fotos com os produtos e marquem a loja, oferecendo um benefício em troca.

Canais de Entrada

Os principais canais para atrair clientes neste modelo são a própria loja física (ponto de venda), o Instagram, o Facebook, o WhatsApp Business e o Google Meu Negócio (para buscas como "loja de roupas perto de mim").


Métricas-Chave para Acompanhamento

  • Alcance das publicações: Quantas pessoas estão visualizando seus posts nas redes sociais.
  • Visitas à loja (física ou online): Número de pessoas que entram na loja ou acessam seu catálogo.
  • Taxa de conversão: Percentual de visitantes que realizam uma compra.
  • Cliente recorrente: Quantos clientes compraram mais de uma vez em um determinado período.
  • Ticket médio: Valor médio gasto por cliente em cada compra.


Exemplos de Mensagem

  • Atração (Anúncio no Instagram): "Procurando o presente perfeito? Nossa nova coleção acaba de chegar! Estamos na [seu endereço] e também atendemos pelo WhatsApp. Clique e confira!"
  • Consideração (WhatsApp): "Olá, [nome]! Vi que você se interessou pelo nosso vestido azul. Ele está disponível nos tamanhos P, M e G. Gostaria que eu separasse um para você ou que eu enviasse mais fotos?"
  • Conversão (No caixa): "Para sua primeira compra, estamos oferecendo 10% de desconto. Gostaria de aproveitar?"
  • Fidelização (Pós-venda): "Olá, [nome]! Esperamos que tenha gostado dos seus produtos. Adoraríamos ver como ficou! Poste uma foto, marque nossa loja e ganhe um cupom de 15% para sua próxima compra."


Modelo 2: Funil de vendas recorrente (ideal para assinaturas e produtos de giro rápido)

Esse modelo se aplica a empresas que vendem produtos ou serviços de uso contínuo, como academias, clínicas de estética, lavanderias ou delivery.


As etapas do funil aqui envolvem a atração, com divulgação em redes sociais, Google Meu Negócio, indicações e nutrição, através do envio de cupons, testes grátis ou conteúdos rápidos (como dicas de bem-estar para academias).


Na
conversão ocorre o fechamento do plano, assinatura ou compra recorrente e a fidelização, com programa de pontos, acompanhamento por WhatsApp e ofertas exclusivas.


Os canais de entrada envolvem o WhatsApp Business, Instagram e Facebook, além do Google Ads local (utilizando palavras-chave como “academia perto de mim”).


Métricas-chave para acompanhamento

  • Taxa de aquisição: quantos contatos se transformam em clientes.
  • Taxa de retenção: clientes que continuam comprando mensalmente.
  • Ticket médio: valor médio da assinatura ou pedido.

Exemplo de mensagem

  • Atração (Instagram): “Já pensou em treinar na academia mais próxima da sua casa? Clique no link e experimente 7 dias grátis.”
  • Conversão (WhatsApp): “Oi, [nome]! Vi que você gostou da aula experimental. Posso te enviar as opções de planos?”
  • Fidelização: “Você completou 3 meses com a gente! Como agradecimento, liberamos 1 semana de treino funcional gratuito.”


Modelo 3: Funil de vendas por projeto (ideal para serviços pontuais)

Esse formato funciona bem para negócios que trabalham com contratos ou serviços específicos, como reformas, marketing, fotografia ou consultoria contábil.


As etapas dessa estratégia envolvem atração, com anúncios segmentados, postagens de portfólio ou indicação de clientes anteriores. Qualificação, através de reuniões ou formulários para entender o escopo do projeto.


Após os primeiros passos são incluídas a proposta, com o envio de orçamento detalhado e o fechamento, com a negociação final e assinatura do contrato.


Aqui, os canais de entrada para possíveis clientes são o LinkedIn (para negócios B2B), os grupos de Facebook ou WhatsApp (para serviços locais) e as landing pages com formulários simples.


Métricas-chave para acompanhamento

  • Leads qualificados: quantidade de pessoas realmente interessadas após o primeiro contato.
  • Taxa de conversão de propostas: porcentagem de orçamentos que viram contratos.
  • Prazo médio de fechamento: tempo entre o primeiro contato e a assinatura.


Exemplos de mensagem

  • Atração (post de portfólio): “Veja como transformamos esse espaço de 20m² em um escritório moderno e funcional.”
  • Qualificação: “Oi, [nome]. Para entender melhor sua necessidade, pode responder essas 3 perguntas rápidas?”
  • Fechamento: “Sua proposta está pronta. Gostaria de agendar uma chamada de 10 minutos para alinhar os últimos detalhes?”


Automação leve e ferramentas acessíveis

Uma das maiores dúvidas de pequenos empresários é: preciso de softwares caros para rodar meu funil? A resposta é não.


Hoje existem ferramentas gratuitas ou de baixo custo que já ajudam muito como o Google Planilhas, que oferece uma organização básica de leads e etapas do funil e o Trello ou Notion, com controle visual dos contatos.


Além disso, o WhatsApp Business entrega etiquetas e mensagens automáticas e o Mailchimp ou RD Station Light envia disparo de e-mails simples.


O objetivo não é criar processos complexos, mas reduzir trabalho manual e ganhar consistência, como por exemplo, programar respostas automáticas para novos leads no WhatsApp, criar lembretes de follow-up no Trello e usar formulários gratuitos (Google Forms) para captar informações.


E não se esqueça? Ferramentas de inteligência artificial, que já estão se tornando populares com o Chat GPT, podem te ajudar na elaboração de conteúdos, mensagens e até mesmo imagens para usar em suas estratégias de conteúdo para o funil de vendas.


Como testar e otimizar o funil em ciclos curtos

Montar o funil é só o primeiro passo. Para realmente dar resultados, é preciso testar, medir e ajustar constantemente.


Aqui estão algumas práticas simples:


  • Defina metas mensais, como por exemplo, 50 novos leads no Instagram;
  • Procure medir as taxas de conversão por etapa. Se muitos leads entram, mas poucos fecham, o problema pode estar na abordagem;
  • Faça pequenos testes A/B, procure experimentar dois scripts de WhatsApp e veja qual gera mais respostas;
  • Revise a estratégia em ciclos quinzenais. Olhe para os números, ajuste e repita.


O mais importante é não esperar perfeição. Funis de vendas funcionam melhor quando evoluem com base em dados reais, e não em suposições.


Conclusão

O funil de vendas é uma ferramenta essencial para organizar o processo comercial de micro e pequenas empresas.


Com modelos simples de venda simples, por projeto e consultiva, é possível estruturar a jornada do cliente, definir métricas claras e usar mensagens estratégicas em cada etapa.


O segredo está em começar pequeno, com ferramentas acessíveis, e aplicar melhorias constantes. Assim, mesmo sem grandes investimentos, gestores conseguem aumentar a previsibilidade, reduzir desperdícios e transformar mais contatos em clientes fiéis.


Se você ainda não tem um funil estruturado, escolha um dos modelos apresentados, adapte à sua realidade e dê o primeiro passo hoje mesmo.


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